Do luto ao ouro: saiba quem é a judoca Beatriz Souza

Beatriz Souza foi criada em Peruíbe (SP) e começou no esporte por influência do pai, um judoca aposentado. Aos 26 anos, conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil nas Olimpíadas de Paris.

Por Nicole Vasques, G1 Santos e Região

Beatriz Souza foi criada em Peruíbe, no litoral de São Paulo — Foto: Alexandre Loureiro/COB
Beatriz Souza foi criada em Peruíbe, no litoral de São Paulo — Foto: Alexandre Loureiro/COB

Beatriz Souza, de 26 anos, conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024. Ela enfrentou a israelense Raz Hershko, número 2 do ranking mundial, por waza-ari na decisão da categoria acima de 78 kg. Criada em Peruíbe, no litoral de São Paulo, a judoca começou no esporte por influência do pai. Antes das Olimpíadas de Paris, Beatriz perdeu a avó materna, mas o luto não a desanimou da corrida ao pódio.

Nos Jogos Olímpicos de Paris, Beatriz obteve vitórias importantes. Ela venceu Izayana Marenco, da Nicarágua, em sua estreia, e também derrotou Kim Hayun, da Coreia do Sul, nas quartas de final. Na semifinal, enfrentou a francesa Romane Dicko, garantindo sua vaga na final. Na disputa pela medalha de ouro, Beatriz venceu a israelense Raz Hershko.

A jovem nasceu em um hospital de Itariri (SP), mas foi criada em Peruíbe, cidade litorânea onde realizou os primeiros treinos ainda com sete anos. A principal influência para o ingresso de Bia no esporte foi o pai, judoca aposentado que teve a ideia de levá-la para assistir um treino. Ela foi a única de três irmãs a seguir os passos dele.

“O pai dela já treinava e colocou ela desde pequena. Por ela ser muito grande, sempre treinou com os adultos”, contou o professor de judô Yago Lucas dos Santos, de 30 anos. Ele recorda os momentos com a amiga quando ainda eram adolescentes. Ambos treinavam na Associação de Judô Budokan, em Peruíbe.

Judoca Beatriz Souza e amigo, Yago, que é professor de judô — Foto: Arquivo pessoal
Judoca Beatriz Souza e amigo, Yago, que é professor de judô — Foto: Arquivo pessoal

Aos 15 anos, Beatriz mudou-se para São Paulo para se dedicar ao esporte. Ela acumulou títulos e reconhecimento (veja abaixo as conquistas dela). Em 2023, Beatriz foi eleita a melhor judoca do ano pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Em abril deste ano, ela chegou na primeira lista de pré-convocados do judô para as Olimpíadas de Paris.

Yago reconheceu que Beatriz sempre se destacou na modalidade esportiva. Apesar disso, garantiu não ter ficado surpreso com o fato de ela estar nas Olimpíadas. “Ela chegar lá não era uma novidade. Isso é um trabalho de muito tempo”, destacou o amigo.

Perda da avó

A atleta, porém, teve que lidar com um momento difícil um pouco antes dos Jogos Olímpicos: a morte da avó, no dia 22 de junho. Segundo a mãe dela, Solange Rodrigues, a filha continuou firme na meta de participar dos jogos mesmo com perda.

“Feliz por ela estar lá vivendo esse momento nas Olimpíadas”, afirmou Solange, ao saber que a filha disputaria a final.

Beatriz Souza vence sul-coreana com polêmica e vai à semifinal do judô — Foto: Arlette Bashizi/Reuters

É ouro!

Na semifinal, Beatriz encarou a francesa, número 1 do mundo, com casa cheia. Ela dominou a luta, imobilizou Romane Dicko e foi para decisão contra a israelense Raz Hershko. O ouro veio com waza-ari e o controle da luta até o fim.

Após a conquista da medalha de ouro, Beatriz Souza chorou ao falar com a família.

“É inexplicável. É uma das melhores coisas do mundo. Eu consegui. Deu certo, mãe. Eu consegui. Eu consegui. Foi pela avó. É para a avó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo. Eu amo vocês. Obrigada”, resumiu Bia Souza sobre a sensação de ser campeã olímpica.

Conquistas

Beatriz Souza derrotou adversária francesa na semifinal — Foto: Alexandre Loureiro/COB
Beatriz Souza derrotou adversária francesa na semifinal — Foto: Alexandre Loureiro/COB

A atleta se mudou para a capital paulista após ser chamada para integrar a equipe do Palmeiras para a temporada de 2013. No fim do mesmo ano, ela foi chamada para o Esporte Clube Pinheiros. Beatriz passou nos testes e, desde então, representa o clube.

Em campeonatos mundiais, Beatriz tem duas medalhas de prata, sendo uma em Budapeste, em 2017, no torneio por equipes mistas, e em Tashkent, em 2022, no torneio individual. Além disso, tem quatro medalhas de bronze: Tóquio (2019), Budapeste (2021) no torneio por equipes mistas, Budapeste (2021) e Doha (2023) no torneio individual.

Nos Jogos Pan-Americanos, ela conquistou uma prata em Santiago (2023), no torneio por equipes mistas, e duas medalhas de bronze, em Lima (2019) e Santiago (2023), no torneio individual.

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